CENTRAL (12)

Versículos sobre drogas na Bíblia

Descubra o que a Bíblia diz sobre drogas e substâncias através de versículos que nos ensinam sobre sobriedade e domínio próprio.
Versículos sobre drogas na Bíblia

Muita gente me pergunta: “A Bíblia fala sobre drogas?”

A resposta não é tão simples. A Bíblia foi escrita há milhares de anos. Naquela época, as “drogas” como conhecemos hoje não existiam.

Mas isso não significa que a Bíblia fique em silêncio sobre o assunto.

Na verdade, os princípios bíblicos sobre sobriedade e autocontrole são bem claros. Vamos explorar o que os textos sagrados dizem sobre esse tema tão atual.

A Bíblia e o vinho: lições sobre moderação

O vinho aparece centenas de vezes na Bíblia. É a substância mais mencionada que altera a mente.

Em alguns momentos, o vinho é celebrado como bênção. Em outros, seu abuso é fortemente condenado.

Provérbios 20:1 nos adverte: “O vinho é zombador e a bebida forte, alvoroçadora; todo aquele que por eles é vencido não é sábio.”

Este versículo não condena o vinho em si. Condena ser “vencido” por ele. Perder o controle.

Paulo também escreve a Timóteo: “Não continues a beber somente água; usa um pouco de vinho, por causa do teu estômago e das tuas frequentes enfermidades” (1 Timóteo 5:23).

Aqui vemos um equilíbrio. A Bíblia não proíbe totalmente o consumo. Mas sempre enfatiza a moderação.

Sobriedade como mandamento espiritual

A palavra “sóbrio” aparece várias vezes no Novo Testamento. Tem um significado mais amplo que apenas “não estar bêbado”.

Significa estar alerta. Vigilante. Com a mente clara.

Pedro escreveu: “Sejam sóbrios e vigilantes. O diabo, o inimigo de vocês, anda ao redor como leão, rugindo e procurando a quem possa devorar” (1 Pedro 5:8).

Quando usamos substâncias que nublam nossa mente, ficamos vulneráveis. Perdemos o discernimento.

Tive um paciente que me disse: “Quando estou sob efeito, faço coisas que nunca faria sóbrio”. A Bíblia já alertava sobre esse perigo há milênios.

O corpo como templo: respeito ao que Deus criou

Paulo ensina um princípio fundamental em 1 Coríntios 6:19-20: “Acaso não sabem que o corpo de vocês é santuário do Espírito Santo que habita em vocês, que lhes foi dado por Deus, e que vocês não são de vocês mesmos? Vocês foram comprados por alto preço. Portanto, glorifiquem a Deus com o corpo de vocês.”

Vejo esse princípio como crucial em meu trabalho com dependentes químicos. O corpo não nos pertence para destruí-lo.

Nosso corpo é um presente. Um templo sagrado.

As drogas danificam esse templo. Alteram sua química. Destroem células. Comprometem funções vitais.

Uma jovem que acompanhei durante a recuperação me disse: “Nunca tinha pensado que estava profanando algo sagrado.”

Essa perspectiva mudou sua relação com o próprio corpo.

Domínio próprio: a virtude esquecida

A Bíblia lista o “domínio próprio” como fruto do Espírito (Gálatas 5:22-23). É uma virtude cristã essencial.

O vício é exatamente o oposto. É a perda do controle. A servidão a uma substância.

Jesus disse: “Todo aquele que pratica o pecado é escravo do pecado” (João 8:34).

O uso de drogas cria uma dependência química e psicológica. A pessoa se torna escrava. Perde sua liberdade.

“A dependência química altera os circuitos de recompensa cerebral, criando um ciclo de uso compulsivo que compromete a capacidade de escolha voluntária” (VOLKOW, 2019).

No consultório, ouço histórias de pessoas que tentaram parar dezenas de vezes. Sem sucesso.

A escravidão é real. É física. É química. É espiritual.

Influências prejudiciais: más companhias e pressão social

Paulo adverte: “Não se deixem enganar: as más companhias corrompem os bons costumes” (1 Coríntios 15:33).

Este versículo fala diretamente ao contexto social do uso de drogas. Muitos jovens começam por influência dos amigos.

Um rapaz me contou como começou a usar: “Era só pra não ficar de fora. Todo mundo usava.”

A pressão social é poderosa. A Bíblia já alertava sobre isso.

Provérbios também adverte: “Não andes com bêbados ou glutões, pois cairão na pobreza” (Provérbios 23:20-21, paráfrase).

O conselho bíblico é claro. Escolha bem suas companhias. Elas influenciam suas escolhas.

A busca por escapismo: enfrentando a realidade

Muitas pessoas usam drogas para fugir da realidade. Para não sentir dor, medo ou tristeza.

A Bíblia nos ensina outra abordagem. Enfrentar. Processar. Crescer.

Davi escreveu: “Ainda que eu ande pelo vale da sombra da morte, não temerei mal algum, porque tu estás comigo” (Salmo 23:4).

Não diz que nunca passaremos por vales escuros. Mas que Deus está presente neles.

Maria, uma ex-dependente, me disse: “Eu usava para não sentir. Agora aprendi a sentir e entregar a Deus.”

O escapismo temporário das drogas só adia o enfrentamento. E adiciona novos problemas.

A cura bíblica para vícios: renovação e comunidade

A Bíblia não usa o termo “dependência química”. Mas oferece princípios para superá-la.

Primeiro, a renovação da mente: “Não se amoldem ao padrão deste mundo, mas transformem-se pela renovação da sua mente” (Romanos 12:2).

O vício muda os padrões de pensamento. A recuperação exige renová-los.

Segundo, a comunidade de apoio: “Confessem os seus pecados uns aos outros e orem uns pelos outros para serem curados” (Tiago 5:16).

Nenhum dependente se recupera sozinho. Precisa de pessoas. De apoio. De prestação de contas.

Os grupos de apoio como AA e NA aplicam esse princípio bíblico, mesmo sem perceber.

Liberdade verdadeira: além da abstinência

Jesus disse: “Conhecerão a verdade, e a verdade os libertará” (João 8:32).

A liberdade cristã vai além da simples abstinência. É uma transformação profunda.

Não é apenas parar de usar. É encontrar um novo propósito. Uma nova identidade.

“O processo de recuperação envolve não apenas a abstinência, mas a reconstrução de valores, comportamentos e relacionamentos” (MARLATT, 2015).

Na minha experiência clínica, os que melhor se recuperam encontram um sentido maior.

Paulo, um paciente de 40 anos, me disse: “Passei anos tentando ficar limpo. Só consegui quando encontrei algo pelo que viver.”

Compaixão pelos que lutam: a perspectiva de Jesus

Jesus demonstrou imensa compaixão pelos marginalizados. Pelos excluídos. Pelos doentes.

Ele disse: “Não são os que têm saúde que precisam de médico, mas sim os doentes” (Mateus 9:12).

Os dependentes químicos frequentemente enfrentam estigma. Até nas comunidades religiosas.

Jesus nos chama a uma abordagem diferente. Compaixão sem condenação.

Como terapeuta cristão, vejo cada dependente como alguém de valor infinito. Alguém por quem Cristo morreu.

O caminho para a recuperação: esperança bíblica

A mensagem central da Bíblia é de esperança. De redenção. De novo começo.

Paulo escreveu: “Portanto, se alguém está em Cristo, é nova criação. As coisas antigas já passaram; eis que surgiram coisas novas!” (2 Coríntios 5:17).

Não importa quanto tempo alguém usou drogas. Ou quantas recaídas teve. A transformação é possível.

Vi isso acontecer inúmeras vezes. Pessoas que todos davam como perdidas. Transformadas. Restauradas.

O caminho não é fácil. Exige compromisso. Comunidade. Oração. E muitas vezes, tratamento médico.

Mas há esperança. A Bíblia garante isso.

Aplicando os princípios bíblicos hoje

Como aplicamos esses princípios em nosso contexto atual?

Primeiro, praticando a sobriedade. Não apenas de substâncias ilícitas. Mas de tudo que pode nos dominar.

Segundo, cultivando comunidades de apoio. Lugares seguros onde as pessoas podem ser honestas sobre suas lutas.

Terceiro, oferecendo graça. Como Cristo nos ofereceu.

A jornada de recuperação é uma estrada longa. Cheia de altos e baixos.

Mas a Bíblia oferece um mapa. Um guia. Uma luz para o caminho.

Conclusão: Sobriedade como virtude espiritual

A Bíblia não menciona explicitamente drogas modernas. Mas seus princípios são eternos.

Sobriedade. Domínio próprio. Respeito ao corpo. Comunidade de apoio.

Se você luta contra o vício, saiba disso: há esperança. Há um caminho. Há pessoas dispostas a caminhar com você.

Dê o primeiro passo hoje. Busque ajuda. Encontre uma comunidade de apoio. E lembre as palavras de Paulo:

“Tudo posso naquele que me fortalece” (Filipenses 4:13).

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