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Drogas que causam sonolência extrema: Veja a lista

Conheça as drogas que causam sonolência extrema e seus efeitos no organismo. Entenda riscos, sintomas e alternativas para quem precisa desses medicamentos.
Drogas que causam sonolência extrema Veja a lista

Drogas que causam sonolência extrema: Veja a lista

Já tomou um remédio e não conseguiu ficar acordado depois? A sonolência é um dos efeitos colaterais mais comuns de vários medicamentos.

Alguns provocam um cansaço tão forte que afetam a rotina diária.

Sabe aquela sensação de peso nas pálpebras? De não conseguir manter os olhos abertos? É disso que vamos falar hoje.

O que causa a sonolência medicamentosa?

Muitas drogas afetam diretamente nosso sistema nervoso central. Elas agem nos mesmos receptores cerebrais que controlam o sono e a vigília.

Isso explica por que ficamos com tanto sono.

O impacto varia de pessoa para pessoa. Alguns sentem apenas um leve cansaço. Outros mal conseguem ficar de pé.

Na minha prática clínica, vejo pacientes surpresos com a força desse efeito. “Doutor, tomei o remédio e apaguei por 12 horas!”, me contou uma paciente recentemente.

A intensidade da sonolência depende de vários fatores. O peso corporal influencia muito. Também a idade e a saúde do fígado.

Medicamentos sedativos alteram a química cerebral. Eles aumentam a ação do GABA, um neurotransmissor inibitório no cérebro. “Os medicamentos sedativos atuam potencializando a atividade do ácido gama-aminobutírico (GABA), principal neurotransmissor inibitório do sistema nervoso central” (STAHL, 2019).

Vamos ver as principais classes de medicamentos que causam esse efeito.

Anti-histamínicos: alívio com sonolência

Os anti-histamínicos de primeira geração são campeões em causar sono. Eles combatem alergias, mas atravessam facilmente a barreira hematoencefálica.

Resultado? Sonolência intensa.

Medicamentos como difenidramina e hidroxizina têm esse efeito forte. São usados até como indutores do sono.

Tive um paciente que tomou um anti-histamínico para urticária. Ele dirigiu logo depois. Quase causou um acidente na estrada.

Por isso esses remédios trazem o aviso: “Não opere máquinas ou dirija”.

Os anti-histamínicos de segunda geração causam menos sono. A loratadina e a desloratadina são boas opções para o dia.

Mas ninguém reage igual. Algumas pessoas sentem sonolência mesmo com esses mais modernos.

Benzodiazepínicos: os fortes sedativos

Esta classe de medicamentos é usada para tratar ansiedade e insônia. São potentes indutores do sono.

Drogas como clonazepam, diazepam e alprazolam afetam fortemente o estado de alerta.

O efeito sedativo é tão forte que muitos pacientes não conseguem trabalhar após o uso. Maria, uma executiva de 45 anos, me contou: “Tomei meio comprimido de clonazepam e dormi durante uma reunião importante”.

Esses medicamentos têm alto potencial de dependência. Seu uso deve ser de curto prazo e sempre supervisionado.

O risco de queda em idosos que usam benzodiazepínicos é muito alto. Evito receitar para pacientes acima de 65 anos.

O efeito sedativo dos benzodiazepínicos é como um cobertor pesado sobre o cérebro. Ele abafa a atividade neuronal excessiva.

Antidepressivos que causam sonolência

Nem todos os antidepressivos causam sono. Alguns até provocam insônia.

Mas certos tipos têm forte efeito sedativo. A amitriptilina, trazodona e mirtazapina são exemplos.

Esses medicamentos afetam os receptores de histamina no cérebro. Por isso causam tanto sono.

Na minha experiência, a trazodona é tão sedativa que costumo prescrevê-la em doses baixas para insônia. Funciona muito bem.

Carlos, um professor universitário de 50 anos, começou a tomar amitriptilina para dor crônica. “Nos primeiros dias, dormia 10 horas por noite e ainda acordava sonolento”, relatou.

O efeito sedativo geralmente diminui com o tempo. O corpo se adapta após algumas semanas de uso.

Analgésicos opioides: alívio da dor com muito sono

Os medicamentos à base de opioides são potentes causadores de sonolência. Codeína, morfina e oxicodona afetam diretamente o sistema nervoso central.

O efeito sedativo é intenso e imediato. Uma única dose pode causar horas de sonolência.

Lembro de um paciente pós-cirúrgico que tomava oxicodona. Ele descreveu o efeito como “ser puxado para o fundo de um lago de sono”.

Esses medicamentos diminuem a frequência respiratória. A combinação com álcool ou outros sedativos pode ser fatal.

Nunca se automedique com opioides. São drogas de uso controlado por bons motivos.

Relaxantes musculares e seu efeito sedativo

Os relaxantes musculares tratam espasmos e tensões musculares. Quase todos causam sonolência como efeito colateral.

Ciclobenzaprina, carisoprodol e orfenadrina são exemplos comuns.

Ana, fisioterapeuta de 35 anos, precisou tomar ciclobenzaprina para uma lesão nas costas. “Não consegui trabalhar por três dias. O sono era incontrolável”, contou.

A sonolência causada por estes medicamentos é como sentir os músculos da mente relaxando junto com os do corpo.

Esses medicamentos devem ser tomados preferencialmente à noite. Assim, o efeito sedativo ajuda no sono e não atrapalha as atividades diurnas.

Antipsicóticos: potentes sedativos

Os antipsicóticos são medicamentos fortes que tratam condições como esquizofrenia e transtorno bipolar. A maioria causa sonolência intensa.

Quetiapina, olanzapina e risperidona têm forte efeito sedativo. São usados às vezes em doses baixas apenas para induzir o sono.

O bloqueio dos receptores de histamina por esses medicamentos explica o efeito. Quanto mais antihistamínico o antipsicótico, mais sono ele causa.

“Antipsicóticos exercem seus efeitos terapêuticos e adversos através do bloqueio de receptores dopaminérgicos e serotoninérgicos, além de atuarem em receptores histamínicos e adrenérgicos, o que explica efeitos como a sedação” (CORDIOLI, 2021).

A sonolência por antipsicóticos pode durar o dia todo. Por isso, a dose frequentemente é ajustada para ser tomada antes de dormir.

Anticonvulsivantes que provocam sono

Remédios para epilepsia e convulsões frequentemente causam sonolência. Gabapentina, pregabalina e topiramato são exemplos comuns.

Esses medicamentos estabilizam a atividade elétrica cerebral. Como efeito, deixam muitos pacientes sonolentos.

João, engenheiro de 40 anos, tomava gabapentina para dor neuropática. “Nas primeiras semanas, eu cochilava em frente ao computador”, relatou.

O corpo geralmente desenvolve tolerância ao efeito sedativo com o tempo. Mas isso pode levar semanas.

A sedação por anticonvulsivantes é como baixar o volume do cérebro. Isso acalma as crises, mas também reduz o estado de alerta.

Medicamentos para pressão alta e sonolência

Alguns anti-hipertensivos causam fadiga e sonolência. Os betabloqueadores como propranolol e metoprolol são exemplos.

Eles reduzem a pressão sanguínea, mas também podem diminuir a energia durante o dia.

Teresa, aposentada de 68 anos, tomava propranolol. Ela descrevia: “É como se alguém tivesse desligado meu motor interno”.

Anti-hipertensivos de ação central como clonidina e metildopa também causam muito sono. Afetam diretamente o sistema nervoso.

A sensação é diferente da sonolência de outras drogas. É mais um cansaço profundo, uma falta de energia para atividades.

Remédios para enjoo: alívio com sonolência

Medicamentos antieméticos como prometazina e difenidramina combatem náuseas e vômitos. Mas o preço é a sonolência.

São derivados de anti-histamínicos. Por isso causam tanto sono.

Usei prometazina para tratar uma paciente com labirintite. Ela dormiu por 14 horas seguidas após a primeira dose.

Essas drogas são ótimas para viagens longas. Combatem o enjoo e a pessoa ainda dorme durante o trajeto.

O efeito sedativo desses medicamentos é como uma onda que vai crescendo até dominar completamente.

Dicas para lidar com a sonolência medicamentosa

Como médico, sempre oriento meus pacientes sobre esse efeito. Algumas estratégias ajudam a minimizar o problema:

Tome o medicamento antes de dormir. O pico da sonolência ocorrerá durante o sono.

Converse com seu médico. Às vezes, há alternativas menos sedativas disponíveis.

Evite dirigir ou operar máquinas. O risco de acidentes é real.

Não combine com álcool. A sedação pode aumentar perigosamente.

Dê tempo ao corpo. Muitas vezes, a sonolência diminui com o uso contínuo.

Nunca pare um medicamento por conta própria. Consulte sempre seu médico antes.

Ajuste sua rotina. Se precisar tomar um medicamento sedativo, planeje seu dia considerando esse efeito.

A sonolência não é sempre um efeito negativo

Para quem sofre de insônia, a sonolência pode ser bem-vinda. Muitos medicamentos são receitados justamente por esse efeito.

O problema surge quando a pessoa precisa ficar alerta durante o dia. Aí o efeito vira um obstáculo.

Na minha prática médica, sempre avalio o perfil do paciente. Um trabalhador noturno, por exemplo, pode se beneficiar de um anti-hipertensivo mais sedativo pela manhã.

Já uma mãe que precisa estar alerta para cuidar dos filhos precisará de medicamentos menos sedativos.

É um equilíbrio que buscamos juntos.

Conclusão

A sonolência medicamentosa afeta milhões de pessoas. Conhecer quais drogas causam esse efeito ajuda a se preparar melhor.

Nunca ignore os avisos de bula sobre sonolência. O risco de acidentes é real.

Seu médico é seu melhor aliado nessa questão. Relate sempre como o medicamento está te afetando.

Com planejamento e ajustes, é possível manter o tratamento sem que a sonolência prejudique sua vida.

Busque a orientação médica adequada antes de iniciar ou interromper qualquer medicamento.

Referências

STAHL, S. M. Psicofarmacologia: bases neurocientíficas e aplicações práticas. 4. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2019. Disponível em: https://acervo.uniarp.edu.br/wp-content/uploads/livros/idoc.pub_psicofarmacologia-stahl-4-ed-1_compressed.pdf

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