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Maconha e esquizofrenia: existe relação? Entenda os riscos

Descubra a verdadeira relação entre maconha e esquizofrenia. Conheça os fatores de risco, sinais de alerta e como buscar ajuda profissional adequada.

Você provavelmente já ouviu alguém comentar sobre a ligação entre maconha e problemas mentais, não é mesmo? É um assunto que gera muito debate, e muita gente fica na dúvida sobre o que realmente acontece. Uns dizem que é exagero, outros falam que é perigoso mesmo… E aí, quem está certo?

Bom, vamos esclarecer isso de uma vez por todas.

A maconha realmente pode causar esquizofrenia?

A resposta não é tão simples quanto um “sim” ou “não”. O que os estudos mostram é que existe uma relação complexa entre o uso da cannabis e o desenvolvimento de transtornos psicóticos, incluindo a esquizofrenia.

Sabe quando você tem uma predisposição genética para alguma coisa? É mais ou menos assim que funciona. A maconha não “cria” esquizofrenia do nada, mas pode ser o gatilho que desperta algo que já estava dormindo no seu DNA.

O que muita gente não sabe é que o risco aumenta significativamente dependendo de alguns fatores específicos. E olha que não estou exagerando não – os números são bem claros sobre isso.

Quais são os principais fatores de risco?

Idade de início do uso

Quem começa a usar maconha antes dos 18 anos tem um risco muito maior de desenvolver problemas psicóticos. Dá para imaginar por quê, né? O cérebro ainda está se formando nessa fase, então qualquer substância que altere seu funcionamento pode causar danos mais duradouros.

É como construir uma casa em terreno instável. Pode até dar certo, mas as chances de problema são bem maiores.

Frequência e quantidade

Usar de vez em quando é uma coisa. Agora, usar diariamente ou várias vezes por semana… aí a história muda completamente. Quanto mais frequente e intenso o uso, maior o risco de desencadear episódios psicóticos.

Potência da cannabis

A maconha de hoje não é a mesma dos anos 70. Os níveis de THC (a substância que causa os efeitos psicoativos) estão muito mais altos. Algumas variedades chegam a ter concentrações 10 vezes maiores do que as de décadas atrás.

É como comparar uma cerveja com uma cachaça pura, entende?

Histórico familiar

Se você tem parentes próximos com esquizofrenia ou outros transtornos psicóticos, o cuidado precisa ser redobrado. A predisposição genética é um dos fatores mais importantes nessa equação.

Como identificar os sinais de alerta?

Os primeiros sintomas podem ser bem sutis, e é aí que mora o perigo. Muitas vezes a pessoa – ou a família – não percebe que algo está mudando até a situação ficar mais séria.

Mudanças no comportamento

  • Isolamento social progressivo
  • Perda de interesse em atividades que antes eram prazerosas
  • Mudanças bruscas de humor
  • Dificuldade de concentração
  • Paranoia ou desconfiança excessiva

Alterações na percepção

Aqui é onde as coisas ficam mais preocupantes. A pessoa pode começar a:

  • Ouvir vozes que não existem
  • Ver coisas que outros não veem
  • Ter certeza de coisas que não fazem sentido
  • Sentir que está sendo perseguida sem motivo real

O problema é que, no início, esses sintomas podem ser confundidos com os próprios efeitos da maconha. “Ah, é só a droga fazendo efeito”, muita gente pensa. Só que quando os sintomas persistem mesmo sem o uso… aí já pode ser tarde demais.

O que dizem as pesquisas mais recentes?

Os estudos são bem consistentes em mostrar que usuários regulares de maconha têm entre 2 a 3 vezes mais chances de desenvolver esquizofrenia. Não é um número pequeno, né?

Um estudo dinamarquês acompanhou mais de 3 milhões de pessoas por décadas. O resultado? Quem usava cannabis regularmente tinha risco significativamente maior de ser diagnosticado com transtornos psicóticos.

Sem falar que os sintomas costumam aparecer mais cedo em quem usa maconha. É como se a droga acelerasse um processo que talvez levasse anos para se manifestar naturalmente.

Existe tratamento? Como buscar ajuda?

Aqui vem uma notícia boa: quanto mais cedo o problema for identificado, melhor o prognóstico. A esquizofrenia e outros transtornos psicóticos têm tratamento sim, e muitas pessoas conseguem levar uma vida normal com o acompanhamento adequado.

O primeiro passo é parar completamente com o uso da maconha. Pode parecer óbvio, mas muita gente continua usando mesmo depois dos primeiros sinais de alerta. É como tentar apagar um incêndio jogando gasolina, entende?

Onde procurar ajuda

  • CAPS (Centros de Atenção Psicossocial) – disponíveis pelo SUS
  • Psiquiatras especializados em transtornos psicóticos
  • Clínicas de Reabilitação
  • ONGs que trabalham com saúde mental

Não precisa ter vergonha nem medo de buscar ajuda. Profissionais de saúde mental estão preparados para lidar com essas situações e não vão julgar ninguém.

Mitos e verdades sobre o assunto

“Quem usa maconha sempre vai ter esquizofrenia”

Mito. A maioria dos usuários não desenvolve o transtorno. Mas o risco existe e não pode ser ignorado.

“Se não aconteceu até agora, não vai acontecer nunca”

Mito. Os sintomas podem aparecer até os 30 anos ou mais, especialmente em homens.

“Cannabis medicinal também oferece riscos”

Verdade. Mesmo o uso medicinal pode desencadear problemas em pessoas predispostas. A diferença é que há acompanhamento médico.

“Parar de usar resolve tudo”

Parcialmente verdade. Interromper o uso é fundamental, mas se os sintomas já se manifestaram, é provável que seja necessário tratamento específico.

Conseguindo ajuda para si mesmo ou alguém próximo

Se você suspeita que você ou alguém que conhece está desenvolvendo sintomas psicóticos relacionados ao uso de maconha, não espere. Quanto mais cedo buscar ajuda profissional, melhor.

Lembre-se: reconhecer o problema não é sinal de fraqueza. É o primeiro passo para recuperar o controle da situação e ter uma vida mais saudável.

O CVV (Centro de Valorização da Vida) oferece apoio emocional gratuito pelo telefone 188. Para situações de emergência psiquiátrica, procure o hospital mais próximo ou ligue 192.

Perguntas frequentes

A maconha causa esquizofrenia ou apenas revela uma predisposição que já existia? As duas coisas podem acontecer. Em pessoas com predisposição genética, a cannabis pode acelerar o aparecimento dos sintomas. Mas também existem evidências de que o uso regular pode causar alterações no cérebro mesmo sem histórico familiar.

Existe uma quantidade “segura” para usar? Não existe consenso científico sobre isso. Qualquer uso representa algum risco, especialmente para adolescentes e pessoas com histórico familiar de transtornos mentais.

Outras drogas também causam os mesmos problemas? Sim, cocaína, anfetaminas e outras substâncias psicoativas também podem desencadear episódios psicóticos. A maconha recebe mais atenção porque é muito mais consumida.

Os efeitos são reversíveis? Depende de cada caso. Algumas pessoas se recuperam completamente após parar de usar e fazer tratamento. Outras podem ter sequelas permanentes. Por isso é tão importante buscar ajuda rapidamente.

Como conversar com um jovem sobre esses riscos? O ideal é um diálogo aberto, sem julgamentos, apresentando informações baseadas em evidências científicas. Ameaças ou sermões raramente funcionam.

A relação entre maconha e esquizofrenia é real e cientificamente comprovada. Isso não significa que toda pessoa que usa cannabis vai desenvolver o transtorno, mas os riscos existem e precisam ser levados a sério. Conhecimento é a melhor ferramenta para tomar decisões conscientes sobre a própria saúde mental.Tentar novamente

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